A rigor, cada um de nós tem na lembrança (e no coração) uma ou mais pessoas que considera que foram fundamentais na história da UEB, mas, seja como for, não podemos deixar de citar o nome do Almirante Benjamin Sodré (nosso saudoso Velho Lobo), que foi o principal articulador da criação da UEB, aglutinando as associações escoteiras então existentes para formar uma só associação, a nossa querida UEB. Para uma melhor compreensão da história da UEB (até o final da década de 50) e para conhecer alguns nomes relevantes dessa história (e pouco conhecidos entre nós atualmente, como Enéas Martins Filho, da Federação dos Escoteiros Católicos, e Erasmo Braga, da Associação Brasileira de Escoteiros), recomendo, com entusiasmo, a leitura do livro “A Escola de Baden-Powell” (Ed. Imago), do Prof. Jorge Carvalho do Nascimento. Enéas Martins Filho lutou para a organização da UEB como associação voluntária e foi bastante enfático no sentido de que o Escotismo somente poderia atingir suas verdadeiras finalidades quando seus métodos fossem verdadeiramente compreendidos e aplicados e quando deixasse de ser uma caricatura da vida militar. Segundo Enéas, “o escotismo confiava em qualquer menino, fosse quem fosse, viesse de onde viesse, para transformá-lo no próprio autor do seu aperfeiçoamento. Não visava este ou aquele aspecto abstrato da personalidade infantil, mas o ser integral, composto de atividade, afetividade e inteligência”. Enéas, reiteradas vezes expôs as razões pelas quais a instituição era contrária ao Escotismo de Estado: “o sucesso completo, favorecido em parte pelas condições extra-escolares em que se processa, cabe, sem dúvida, ao Escotismo, nos países que o souberam aplicar e compreender (Inglaterra, França, Suíça e Portugal), tal como foi idealizado pelo fundador do movimento e que não o transformaram em uma organização pré e para-militar, como acontece na Alemanha e na Itália, ou numa imitação grotesca da vida militar, como, infelizmente se nota, em geral entre nós.” Erasmo Braga era ligado à ABE e as viagens que fez em nome dessa instituição, na primeira década do Escotismo no Brasil, também foram muito importantes para a organização do movimento no nosso País. Para se ter uma ideia, no Estado do Espírito Santo, o Escotismo chegou em 14 de junho de 1915, com a Associação de Boys Scouts de Vitória, fundada pela Missão Batista daquele Estado, sob a liderança do reverendo Loren Reno. A referida Associação filiou-se diretamente à Boy Scouts of América. E somente tomamos conhecimento disso quando, em 1916, Erasmo Braga, em visita à BSA, foi informado a respeito do seu funcionamento. O livro do Prof. Jorge tem sido o meu “livro de cabeceira” e tem me ajudado a compreender a UEB, tal como ela se apresenta hoje, com as diversas “culturas escoteiras” que vivem simultaneamente, culturas essas que precisamos compreender e saber respeitar, se em linha com os nossos Fundamentos e com a nossa legislação. Nesta singela mensagem, cabe à Direção Nacional somente agradecer a todos que fizeram e fazem parte desses 86 anos e que tornaram possível a milhares de jovens vivenciar o Grande Jogo do Escotismo, ajudando a construir a UEB, que, em janeiro próximo, terá a satisfação e a honra de sediar o Fórum Mundial de Jovens Líderes e a Conferência Mundial Escoteira, recebendo as principais lideranças escoteiras do mundo. Grato, grato, gratíssimo!!! Forte abraço, Rubem Tadeu C. Perlingeiro Diretor Presidente da UEB |
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parabéns para ueb união dos escoteiro brasil que comemorou 86anos .como e meus colegas tem nosso registro parabéns para a que não tem faça e muito bom
86 anos! é muita história e teve o joti onde milhares de escoteiros conversaram num só lugar!
86 anos muito importante para o escotismo, eu fasso parte de um grande grupo escoteiro do brasil, e eu tenho orgulho por isso
sempre alerta!!!
Parabéns "UEB" pelo seus 86 anos de muita história.
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